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Porto terá investimentos de R$ 560 milhões |
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24/05/2006 |
Esta é mais uma das estratégias do Governo e das operadoras que atuam no complexo para ampliar sua movimentação de cargas, atividade que hoje não ocupa 35% da área do complexo, de sete quilômetros quadrados.
As ações federais para impulsionar o cais ocorrem desde a sua criação, em 1976. Mas elas foram intensificadas principalmente durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), época em que os terminais foram todos privatizados. Atualmente, as instalações são controladas por duas das maiores empresas do País, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a mineradora e operadora logística Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).
Até o próximo mês, a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), que administra o porto, pretende abrir a licitação para a implantação e a exploração do novo cais. O empreendimento está avaliado em US$ 200 milhões (R$ 440 milhões) e pode garantir a diversas mineradoras a chance de exportar seu minério de ferro sem usar o terminal que a Vale mantém no local.
Itaguaí conta com quatro instalações marítimas, todas privativas (usadas somente por seus concessionários). Responsável pela maior parte do volume de cargas do porto e com um ponto de atracação, o Terminal de Granéis Sólidos (TGS) foi arrendado pela Companhia Portuária da Bacia de Sepetiba (CPBS), hoje de propriedade da CVRD, para o embarque de minério de ferro. No ano passado, das 28,82 milhões de toneladas movimentadas na região, 20,8 milhões de toneladas (72,17%) passaram pela unidade.
O berço da empresa, que ocupa o primeiro píer do complexo, é o de maior profundidade do porto, com 18,6 metros. Nele, podem ser carregados navios capazes de transportar até 200 mil toneladas. Até o próximo ano, a companhia pretende adaptar o TGS para também embarcar soja. O projeto é avaliado em R$ 100 milhões.
A Vale, através de sua controlada ValeSul, ainda opera o Terminal de Alumina (TAL). A instalação usa um dos quatro berços existentes no segundo píer do porto, por onde escoou 242 mil toneladas em 2005.
CSN - Os outros três berços do píer servem para o desembarque de carvão e outros granéis sólidos, operados pelo Terminal de Carvão Vegetal (TCV), da Companhia Siderúrgica Nacional. No ano passado, a empresa operou 4,68 milhões de toneladas. A CSN tem planos de usar a instalação para exportações de minério de ferro. Orçado em R$ 460 milhões, o projeto quebrará o monopólio dos embarques do produto no complexo, até hoje uma exclusividade da CVRD.
As três unidades destinadas a granéis (TGS, TAL e TCV) contam com sistemas de esteiras que ligam os píeres à retroárea do porto, onde ficam armazenadas suas cargas. Implantados nas proximidades do segundo píer, mas na faixa de cais, os três últimos pontos de atracação do Porto de Itaguaí integram o Terminal de Contêineres do complexo. A instalação é operada pela Sepetiba Tecon, outra subsidiária da CSN. No ano passado, a empresa operou 187 mil TEUs (um aumento de 40,4% sobre o exercício anterior) e 2.045 autos (em grande parte, desviados de Santos).
Contêineres - A evolução da movimentação de contêineres de Itaguaí é um dos principais sinais do seu desenvolvimento. Quando o complexo de Sepetiba foi criado, a Companhia Docas do Rio de Janeiro projetava uma movimentação de 200 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Nesse ano, porém, o total registrado pelo porto não correspondeu ao previsto, escoando somente 3.790 TEUs.
Com a expansão do comércio exterior a partir do ano 2000 e, em grande parte, pela transferência de cargas do Porto de Angra dos Reis, a região chegou a operar 16.910 TEUs em 2001. A marca dos 200 mil TEUs só deve ser alcançada nos próximos anos.
A mesma expansão verificada na movimentação de contêineres ocorreu com as outras cargas. Na última década, quando praticamente só operava minério de ferro (exportação) e carvão (importação), o complexo escoou uma média de 3,5 milhões de toneladas anuais. A participação na balança comercial dificilmente ultrapassou a marca dos 2%. No mesmo período, Santos, consolidado como principal porto do País, registrou entre 24% e 26%, com uma movimentação que chegou a suplantar os 40 milhões de toneladas.
O total de cargas escoada em Itaguaí (inclusive contêineres) alcançou novos patamares a partir de 2000, quando todas as instalações já eram administradas pela iniciativa privada e o comércio exterior brasileiro iniciou uma nova fase de expansão (especialmente com o aumento das exportações de commodities, como o minério de ferro). De 1999 para 2000, os terminais elevaram a tonelagem operada de 5,95 milhões de toneladas para 15,24 milhões de toneladas. Em 2004, foram registradas 25,31 milhões de toneladas, enquanto, no ano passado, houve um aumento de 13,88% nesse total, com o escoamento de 28,82 milhões de toneladas. Nos últimos três anos, o crescimento verificado foi de 910%.
Fonte:
A Tribuna
24/5/2006 |
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