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Licença ambiental sai e Exército trabalha na BR163 |
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06/06/2006 |
Orçada em R$ 1,1 bilhão, a obra estava parada pelas dificuldades do governo em obter a licença ambiental autorizando o prosseguimento da pavimentação - 800 quilômetros da estrada já têm asfalto. Agora, segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a licença já foi concedida. Considerada polêmica pelos ambientalistas, por cortar o "coração da Amazônia", a obra foi enaltecida por Lula e pela ministra.
"Estamos corrigindo três décadas de ocupação desordenada e conflituosa ao longo dos 1.764 quilômetros da Cuiabá/Santarém", afirmou o presidente. Para ele, a PPP da BR-163 "definirá um novo padrão de financiamento", permitindo ao governo viabilizar recursos para conclusão da obra num prazo de dois a três anos. "Estamos falando, portanto, de uma empreitada que combina o asfalto com o ordenamento fundiário, econômico e ecológico de toda a área de influência da BR-163."
Lula anunciou ainda que soldados do Batalhão de Engenharia do Exército já começaram a trabalhar e vão ser responsáveis pela pavimentação de mais dois trechos da estrada. O primeiro fica entre as cidades paraenses de Santarém e Rurópolis e o segundo vai de Guarantã do Norte (MT) até a divisa com o Pará. "Além disso, o Exército também substituirá, na rodovia, 14 antigas pontes, ainda feitas em madeira, por novas estruturas de concreto, com muito mais segurança e capacidade de tráfego", acrescentou o presidente.
Lula lembrou que a área cortada pela BR-163 equivale a aproximadamente 14,5% do território nacional, correspondendo a 1,230 milhão de quilômetros quadrados, onde vivem 2 milhões de brasileiros em mais de 70 municípios. "É aí que se encontra um dos mais dinâmicos pólos agrícolas do país, que será beneficiado com uma redução de custos de aproximadamente 35% com a conclusão desta obra."
Lula afirmou que a pavimentação da BR-163 é uma demanda de 30 anos. "Na campanha de 1989 eu fui a Santarém, quando os companheiros de fé queriam que eu fosse no marco zero e assumisse o compromisso de que iria construir a rodovia. Não fui porque achava que era contar uma mentira para a sociedade brasileira e, depois de tantos anos, estamos aqui falando da BR-163."
Marina Silva negou que o anúncio das obras da BR-163 tenha caráter eleitoreiro. "Quando assumimos o ministério, o presidente pediu que pensássemos nas próximas gerações e não nas próximas eleições", rebateu. Ela elogiou os empresários que doaram dinheiro para projetos ambientais, como O Boticário (US$ 1 milhão), o Instituto Natura (US$ 1 milhão) e um casal do setor financeiro, que contribuiu com R$ 1 milhão. "Vamos organizar um jantar para dizer que os empresários do Brasil também pensam estrategicamente e constituem a elite pensante deste país", elogiou a ministra.
Durante a solenidade de ontem foi anunciado também a criação de quatro novas Unidades de Conservação -- as reservas extrativistas Terra Grande-Pracuúba, Iriri, Canavieiras e o Parque Nacional do Juruena
Fonte:
Valor Econômico
6/6/2006 |
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