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Procaminhoneiro estréia nesta segunda-feira |
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19/06/2006 |
SÃO PAULO - O caminhoneiro autônomo ou pequeno frotista que quiser comprar um caminhão a partir de segunda-feira encontrará melhores condições de financiamento do que aqueles que adquiriram seu veículo na sexta-feira. A explicação é simples: entra em vigor o Procaminhoneiro, nova linha de financiamento exclusiva ao segmento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que substituirá o BNDES-Caminhões, que por sua vez foi o sucessor do Modercarga, ambos sem sucesso.
Lançado no último dia 9, em solenidade que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a terceira edição do programa está com taxas de juros e prazos mais atrativas do que seus antecessores.
A partir de agora, 100% do veículo novo ou usado, com até oito anos depois da data de fabricação, pode ser financiável com juros calculados por TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), 8,15% ao ano, mais remuneração do BNDES 1% a.a.), acrescida de taxa de até 6% a.a. de pagamento do agente financeiro, totalizando 14,64% a.a.
O prazo, a exemplo do que já acontece com financiamento de automóveis, que foi ampliado dos antigos quatro anos para até seis anos atualmente, também foi estendido a 84 meses (novos e usados), contra 72 meses para novos e 48 meses para usados no antigo programa. Na primeira versão, os planos eram ainda mais curtos: 36 meses para usados e 70 para novos. Contribuíram para o alongamento, condições macroeconômicas mais estáveis com juros em tendência de queda, inflação sob controle e estabilidade de emprego e renda.
Mudanças - Além das melhorias inerentes ao financiamento promovidos pelo BNDES para tentar alavancar de vez o programa, a instituição promoveu duas importantes mudanças. A primeira delas foi no público alvo que fica restrito a autônomos e a empresários individuais com micro ou pequenas empresas. Médios e grandes empresários que desejem financiar veículos terão que recorrer a modalidades comuns no mercado como CDC (Crédito Direto ao Consumidor), finame, consórcio ou leasing.
A segunda foi a possibilidade de utilização dos recursos em modalidades de leasing, também. Antes o programa tinham regras muito semelhantes ao finame, sem opção de escolha pelo consumidor. A terceira mudança de mais destaque foi a possibilidade de incluir o preço do seguro e do rastreador do veículo na operação. Na verdade, essa é uma saída paliativo para tentar reverter antigo problema de garantia, citado pelos bancos e montadoras como a principal causa do fracasso dos programas anteriores.
Segurança - Com o rastreador e o seguro, a instituição bancária intermediadora do empréstimo terá ferramentas para tentar reaver o bem ou o seu valor em caso de inadimplência, diminuindo o risco da operação. Na concepção original do programa, a intenção era criar um fundo de aval para garantir o ressarcimento à empresa em caso de não pagamento da dívida. Sem acordos sobre como seria criado e gerenciado, a idéia do fundo foi definitivamente descartada.
Prazo - O Procaminhoneiro tem validade até 31 de dezembro deste ano com dotação orçamentária de R$ 500 milhões (novos e usados). Durante a solenidade de lançamento, porém, o próprio presidente da República admitiu que tanto prazo como orçamento podem ser revistos caso a demanda supere essa oferta inicial.
Fonte:
Diário Grande ABC
19/6/2006 |
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