Ecovias aumenta fiscalização de veículos.
 
27/06/2006
Com um tráfego diário de mil a 1.200 caminhões de produtos perigosos circulando pelo Sistema Anchieta/Imigrantes, a Ecovias tem intensificado as fiscalizações nos veículos pesados, especialmente nos que transportam este tipo de carga. O objetivo é reduzir o número de acidentes e verificar o cumprimento das regras de trânsito. As operações sempre são realizadas em parceria com a Polícia Militar Rodoviária, com o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem/Inmetro) e com o Corpo de Bombeiros. Na última sexta-feira, por exemplo — quando ocorreu um acidente na Capital com um caminhão que carregava gás t-butil mercaptana (substância que dá cheiro ao gás de cozinha), que complicou ainda mais o trânsito em São Paulo — a Ecovias promoveu mais uma fiscalização no sistema. ‘‘Isto é uma rotina necessária porque temos atualmente entre mil e 1.200 caminhões de produtos perigosos circulando diariamente pelo SAI’’, explicou Sidnei Torres, gerente de Operações da Ecovias no SAI. No trabalho da última sexta-feira, 25 caminhões foram fiscalizados. ‘‘Três tiveram seus certificados de inspeção e capacitação de produto perigoso apreendidos’’, emendou Torres. Ainda segundo ele, as principais irregularidades constatadas foram mau estado de conservação do sistema de freios e suspensão dos veículos — incluindo os pneus, sistema de sinalização e iluminação. ‘‘Também encontramos falhas nos equipamentos de emergência e de proteção individual dos motoristas’’. O gerente comentou ainda que alguns caminhões apresentaram o sistema de caixa de direção com folga e vazamento na tampa de embarque dos produtos. Acidentes - ‘‘Desde o início do ano, conseguimos promover quatro fiscalizações deste tipo, mas a meta é uma por mês’’, disse Torres. Ele calculou, entre janeiro e maio deste ano, 13 acidentes no SAI envolvendo caminhões com cargas perigosas. ‘‘Todos sem vítimas fatais e sem vazamentos’’, enfocou. Já no ano passado, entre as ocorrências desse tipo, o gerente se lembrou de somente um acidente grave com vazamento, na altura da Curva do S. ‘‘O objetivo principal é sempre reduzir o número de acidentes’’, ratificou Torres. A fiscalização da última sexta-feira ocorreu no Km 56 da Imigrantes (altura da balança). Além dos três veículos que tiveram seus certificados apreendidos, outros cinco foram autuados pelo Ipem/Inmetro e outros sete pela Polícia Militar Rodoviária. O gerente disse, ainda, que as blitze compõem o Programa de Redução de Acidentes da Ecovias. ‘‘Já conseguimos reduzir 29% deste tipo de acidente, em comparação ao último ano’’, garantiu Torres. Na opinião dele, muitas ocorrências e problemas como o registrado na Capital poderiam ser evitados se houvesse maior treinamento e capacitação dos motoristas e de todos que trabalham com cargas de produtos considerados perigosos. ‘‘As empresas, por exemplo, devem sempre checar não só a documentação, como as condições gerais dos veículos, antes de liberá-los’’. Para o transporte deste tipo de volume é exigido também um curso com certificado, para os motoristas, de Movimentação no Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos (Mopp). ‘‘No passado, já conseguimos flagrar motoristas sem este curso, o que é mais raro atualmente’’, disse o gerente da Ecovias. Ele defende também sempre a reciclagem, treinamento e atualização dos profissionais envolvidos com cargas perigosas. Tipos de cargas perigosas Explosivos Gases comprimidos, liquefeitos e dissolvidos Líquidos inflamáveis Sólidos inflamáveis sujeitos à combustão Substâncias oxidantes Substâncias tóxicas e infectantes Materiais radioativos Corrosivos Obs: O conceito de produto perigoso é classificado pela ONU e publicado por meio da Portaria nº 204/1997, do Ministério dos Transportes. Sua classificação é feita com base nos riscos que apresenta. Fonte: A Tribuna 27/6/2006