Carga cresce, mas setor tem dificuldade de renovar
 
05/07/2006
SÃO PAULO - Reajustes de fretes concedidos são insuficientes para cobrir os custos operacionais. Uma das maiores operadoras de transporte e logística do País, a Transportadora Grande ABC Ltda., com sede em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, com quadro de 4 mil empregados e frota de 980 veículos, cortou drasticamente seu programa de compras de caminhões previsto para este ano. "Ao invés de 170 unidades, vamos comprar apenas 60", disse a este jornal o presidente da empresa, Antonio Caetano Pinto. A razão principal do corte, segundo Caetano, não é o ritmo dos negócios, que, para a Grande ABC, vai bem. "O problema é que o reajuste de frete não acompanha o custo". Caetano, que também preside o Sindicato das Empresas de Transportes do Grande ABC - Setrans, diz que a defasagem é generalizada no setor, que na região, reúne 1,1 mil empresas. As sindicalizadas, segundo ele, respondem por 80% dos negócios. "A expectativa dessas empresas era crescer 27% a 28% no faturamento em 2006. Conseguiram no primeiro semestre crescer 8% e dificilmente atingirão as metas". As empresas associadas ao Setrans, com frota de 12 mil caminhões e efetivo de 40 mil empregados, têm no setor automotivo o principal cliente. "A indústria está no auge, com recordes de produção e vendas internas, mas, não está fácil obter reajustes de fretes. Uma das razões alegadas para isso é o dólar baixo". Segundo o presidente do Setrans, a atividade de transporte tem custos elevados. "E como há muita competição, os fretes acabam não remunerando adequadamente. E a consequência é a dificuldade de renovar a frota". Uma das saídas para o setor tem sido aumentar o efetivo dos caminhoneiros agregados. "Quando o embarcador permite, essa é uma das alternativas para contornar os problemas financeiros". Fonte: Gazeta Mercantil 5/7/2006