Protesto contra trabalho no Porto bloqueia BR-277
 
06/07/2006
LONDRINA - Os trabalhadores do Porto de Paranaguá fecharam na terça-feira de manhã a BR-277, na altura do Km 12 com a queima de pneus e galhos de árvores. A rodovia liga o Litoral paranaense à Capital. Cerca de 300 pessoas bloquearam os dois lados da rodovia durante três horas contra a implantação de um novo sistema de escalação de trabalho. De acordo com a concessionária de pedágio Ecovia, o congestionamento sentido Curitiba-Paraná chegou a 10 Km e no sentido contrário a 6 Km. A empresa precisou lavar a pista antes de liberá-la. O tráfego voltou ao normal às 13h30. Não foi registrado nenhum acidente por conta do protesto. Os trabalhadores encerraram o ato após reunião pela manhã no Ministério Público do Trabalho. Apesar da intermediação do juiz Carlos Kaminski da 2 Vara do Trabalho de Paranaguá, os trabalhadores não chegaram a nenhum acordo e continuam a paralisação no porto. Hoje pela manhã nova assembléia deve definir os rumos do movimento. Apenas o embarque e desembarque de grãos que é operado por máquinas foi realizado ontem. O restante do porto parou o dia todo. Cerca de 3 mil trabalhadores de várias categorias cruzaram os braços ontem. O juiz sugeriu que até 16 de julho seja feita escala manual e, simultaneamente, haja simulação de escala eletrônica para treinamento e, após esta data entre a escala eletrônica. O presidente do Sindicato dos Estivadores, Arivaldo Barbosa José, explicou que a chamada eletrônica que começou a funcionar na última segunda-feira estaria dificultando a distribuição de serviços aos funcionários. De acordo com ele, os trabalhadores não são contrários ao novo sistema mas querem que que o sistema identifique a categoria de cada trabalhador. Segundo ele, o novo sistema não leva em conta a habilidade de cada funcionário. No começo de maio, os trabalhadores avulsos do Porto de Paranaguá já tinham paralisado as atividades devido à decisão judicial que modificou o sistema de trabalho. Em reunião dia 4 de maio, na 2 Vara do Trabalho de Paranaguá, o juiz Carlos Kaminski, tinha determinado prazo de 60 dias para que o sistema eletrônico de escalação dos trabalhadores avulsos fosse ajustado. Caso o Órgão Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo) não cumprisse a determinação receberia uma multa retroativa no valor de R$ 100 mil ao dia. O Ogmo é o responsável pela implantação da chamada eletrônica. Fonte: Folha de Londrina 6/7/2006