BELO HORIZONTE - O período de chuvas, iniciado em outubro em Minas Gerais, torna ainda mais crítico um dilema já anunciado e que tende a se caracterizar como uma das piores crises no país em 2007: o apagão rodoviário. "As autoridades parecem pouco atentas a isso: no próximo ano haverá um caos nas rodovias brasileiras, com proporções iguais ou maiores ao apagão energético ocorrido em 2001 ou à atual crise aérea", ressaltou o presidente do Sindicato da União Brasileira dos Caminhoneiros (SUBC), José Natan.
Segundo Natan, a má conservação das rodovias mineiras gera prejuízos incalculáveis. "É difícil mensurar as perdas porque trata-se de um infeliz ciclo vicioso: o dinheiro para reformas é pouco. As obras são mal feitas. Os serviços de tapa-buracos duram poucos meses. As principais rodovias estão mal conservadas e as transportadoras enfrentam prejuízos. Uma realidade não só de Minas, mas de todo o país", disse o dirigente. Em Minas, entre outubro deste ano e março de 2007, as perdas causadas no transporte de cargas, em razão da má conservação das rodovias, podem chegar a R$ 20 milhões, segundo o SUBC.
No dia 30 de junho deste ano, o governo federal concluiu o Programa Emergencial de Trafegabilidade e Segurança, chamado de "operação tapa-buraco". As obras receberam aportes de R$ 440 milhões. Minas Gerais recebeu R$ 63,7 milhões para a recuperação de cerca de 3,3 mil quilômetros de rodovias. As obras foram realizadas durante cerca de seis meses. Segundo o SUBC, cerca de 300 mil caminhões circulam diariamente nas rodovias mineiras.
Fonte:
Diário do Comércio
19/12/2006
