Obra na chuva é jogar dinheiro fora, diz Maggi
 
13/01/2006
O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, não foi convidado a participar do lançamento do Programa Emergencial de Trafegabilidade e Segurança nas rodovias federais no Estado. Ele disse que o programa do governo federal é eleitoreiro. “Este tempo todo o governo se fez de surdo e de um dia para o outro, no meio da chuva, resolve fazer recuperação das estradas. Pelo menos aqui no Centro-Oeste, nesta época, é jogar dinheiro fora”, ressaltou Blairo, por conta das chuvas neste período do ano. Comentário semelhante foi feito pelo engenheiro Edemar de Souza Amorim, vice-presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, que avaliou, a pedido do jornal Folha de São Paulo, as obras "tapa-buracos" que são realizadas pelo governo federal no trecho paulista da rodovia Fernão Dias (BR-381). Amorim, afirmou que o tipo de trabalho nos trechos vistos por ele estava sendo bem executado. Isso significa que a mistura de asfalto e pedra é adequada e que os métodos usados pelos operários, de transformar os buracos em retângulos, obedecia aos critérios de obras de manutenção como aquelas. O que torna as obras insuficientes é que elas não são de manutenção, mas de reparo. Como os buracos tapados têm, no máximo, 1 m2, as infiltrações de água nos trechos próximos da área remendada continuarão ocorrendo. "Dentro de pouco tempo outros buracos vão aparecer. Você tampa em um lugar, abre no outro. Tem de recuperar grandes extensões para acabar com o problema", diz Amorim. DNIT - O diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), Mauro Barbosa, acredita que as críticas com relação às obras emergenciais são infundadas e que não haverá desperdício dos recursos públicos. "Existem 26 mil quilômetros de rodovias em condições precárias para trafegabilidade. Há buracos esparsos em determinados quilômetros e, nesses buracos, serão feitos reparos localizados, mas existem 7 mil quilômetros que têm uma gravidade maior de intervenção, onde vamos fazer obras de reparos localizados com fresagem e recapeamento", explicou. De acordo com o diretor-geral, existem trechos que receberão maiores cuidados, como, por exemplo, a estrada entre Uberlândia e Araguari. O diretor-geral garantiu que as obras fazem parte de um projeto de investimentos a longo prazo, além de manter a expectativa de que, em no máximo seis meses as obras emergenciais serão concluídas e entregues.