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Motores eletrônicos eleva preço dos caminhões |
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14/01/2006 |
Com o início da fase IV da norma de emissão de gases dos caminhões do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o preço final dos veículos está de 5% a 15% mais caro. Por isso os fabricantes trabalham com uma perspectiva de estagnação do mercado, que em 2005 fechou em queda de 3,3%. Pela nova norma, as emissões de monóxido de carbono dos caminhões novos, por exemplo, caem de 4 gramas por quilowatt-hora de energia (g/KWh) para 2,5 g/KWh. Para atender a este limite, os motores precisam usar controles eletrônicos de injeção de combustível, que elevem a eficiência da combustão.
A Mercedes Benz, subsidiária da DaimlerChrysler do Brasil, vinha se preparando para a nova norma desde 1998. "Em 2005 já tivemos 60% das nossas vendas com motores eletrônicos já adaptados ao Euro III", informa o gerente de vendas da empresa, Euclydes Coelho. "Nossos clientes preferem o motor eletrônico pelos benefícios oferecidos, como economia de combustível e maior segurança. Na verdade, nós até torcíamos para que essa exigência viesse antes", afirma.
Para Naurimar Ribeiro, analista de marketing da Agrale , "o mercado em 2006 ficará estável". Ele acredita, no entanto, que a venda de caminhões com motor eletrônico cresça um pouco. "A economia de combustível acaba compensando para os grandes frotistas, que deverão adquirir modelos com preços maiores, mas cujo investimento será justificado no futuro. Os pequenos frotistas, no entanto, não têm poder financeiro para isso e migrarão para o mercado de usados", avalia.
A Iveco tem "as encomendas dentro das expectativas, apesar do atual nível de atividade econômica ser inferior a 2005", diz Luiz Alexandre Alves, gerente de marketing. Desde o 2º semestre do ano passado, a montadora oferece a linha completa com motorização eletrônica. A estratégia para esse ano é a mesma. "Esses veículos foram muito bem aceitos pelos nossos clientes", explica Alves.
Os fabricantes de motores mantêm o foco de produção nos eletrônicos. José Eduardo Luzzi, diretor de marketing da MWM International , acredita que a venda de motores eletrônicos em 2006 fique entre 50% e 55%. "Em 2005 era de 30%", informa Luzzi. A Cummins , pioneira na fabricação dos motores mecânicos compatíveis à norma Euro III, também espera um ano estável. "Na Europa e nos Estados Unidos, locais onde a norma entrou em vigor antes, houve, a princípio, queda de vendas por um período. No Brasil não deve ser diferente, apesar da entrada gradual da norma", avalia o diretor de marketing Luis Afonso Pasquotto. Ele espera que a venda de motores, 13% superior em 2005 em relação a 2004, cresça apenas 1,5% em 2006. "Fechamos o ano passado com 70 mil motores comercializados, sendo de 10% a 15% já atendendo a norma Euro III. Esperamos vender cerca de 71 mil esse ano", estima.
Fonte: DCI - SP
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