Em vistoria realizada na semana passada em alguns trechos da BR-070, em Mato Grosso, o ministro - responsável pelo setor de rodovias no tribunal - constatou que em alguns locais a pista recém-recapeada já precisava de novos reparos. "Apenas 15 dias depois de colocado, esse asfalto já estava se soltando", destacou Nardes.
Ele criticou, particularmente, o modo como a operação foi conduzida. "Não houve um planejamento. As obras deveriam ter começado antes do período de chuvas. Mas foi tudo feito a toque de caixa."
A ponderação coincide com alertas de especialistas e críticas da oposição. Desde que a operação foi lançada, em janeiro, a qualidade dos trabalhos é questionada e o governo vem sendo acusado de fazer uma "maquiagem" nas rodovias.
Nardes reiterou que já foram constatados outros problemas nas obras, como a falta de fiscalização. Ele afirmou que em alguns canteiros que visitou não havia fiscais do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT).
Relatórios - Os primeiros relatórios das equipes de auditoria do TCU que estão acompanhando a operação devem chegar às mãos de Nardes no próximo fim de semana. De acordo com o ministro, até o fim de fevereiro, 75% dos relatórios deverão estar prontos. O restante deverá ser entregue no mês que vem.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério dos Transportes reiterou que o governo só vai pagar pelas obras que forem feitas com qualidade e depois que todas as auditorias forem concluídas.
Hoje, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, vai a uma sessão conjunta das Comissões de Infra-Estrutura e de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para prestar esclarecimentos sobre a operação. Também falarão aos senadores o diretor-geral do DNIT, Mauro Barbosa da Silva, e o secretário-executivo do ministério, Paulo Sérgio de Oliveira Passos.