Mais de 500 caminhões congestionam São Francisco
 
22/03/2006
O posto fica na BR-280, em Araquari, a 40 quilômetros do porto. Até o começo da noite de ontem os caminhoneiros não estavam autorizados a descarregar nos terminais de grãos. O problema foi gerado pela redução dos embarques, em função das chuvas, somado à lotação dos armazéns em vista do período de safra. Desde sexta-feira até ontem, apenas 80 mil toneladas de soja tinham sido descarregadas, quando pelo menos 300 mil toneladas poderiam ter embarcado. - Com a chuva, o embarque foi reduzido e, como estamos em plena safra e recebendo uma quantidade maior de grãos, os armazéns ficaram lotados - explicou o presidente do porto, Fernando Camacho. A expectativa é de que a situação se normalize a partir de hoje. Ontem à noite um navio começaria a fazer novos embarques. Só que os caminhoneiros parados se negavam a continuar a viagem até o porto enquanto não recebessem o pagamento pelo tempo parado. Ontem, durante todo o dia, eles negociavam com os donos da mercadoria, empresas do Mato Grosso do Sul que planta soja. E também com os compradores, empresas que exportam e estão instaladas no porto. Problema ocorre pelo segundo ano seguido - - Mas um joga a responsabilidade para o outro e, se descarregarmos sem receber, ninguém nos ressarcirá do prejuízo - argumentava o presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Bens da Região de Londrina (Sindican), Carlos Roberto Dellarosa. O problema ocorre pelo segundo ano consecutivo. O motorista José dos Santos recorda que passou a Páscoa de 2005 parado por sete dias na BR-280, pelo mesmo motivo: falta de espaço nos armazéns do porto durante a safra. Parado desde sexta-feira à noite, ele calcula que perdeu R$ 4 mil porque já deveria ter descarregado e feito a segunda viagem. Camacho admite que a estrutura precisa ser ampliada. Segundo ele, o porto espera lançar editais para a construção de dois novos berços (um para importação de trigo e fertilizante e outro para exportação de grãos) até o final deste semestre.