|
Fiscais da Anvisa ameaçam retomar greve |
|
15/05/2006 |
A paralisação somente não será implantada caso o Governo Federal apresente uma proposta definitiva e favorável até amanhã.
A manifestação dos fiscais sanitários, que reivindicam principalmente a implantação de um novo plano de carreira, foi interrompida para negociação no último dia 2, quando completava exatos 70 dias. Os agentes acataram o pedido de trégua do Governo e suspenderam os protestos por dez dias. Nesse período, em Santos, os servidores conseguiram normalizar 90% dos serviços.
De acordo com o coordenador do movimento no posto local da Anvisa e um dos membros do comando de greve nacional, Wellington Nascimento Rodrigues, o prazo de negociação expirou sem as propostas prometidas pelo Governo Federal. ‘‘A gente deveria ter sido chamado para negociar até terça-feira passada. Nós pensamos em voltar a greve de imediato, mas o Governo pediu para aguardar até quinta-feira. Só que, mais uma vez, a data não foi cumprida. Esperamos na sexta-feira e nada’’, declarou.
Rodrigues afirmou que, ontem, quando a categoria já se mobilizava para retomar a paralisação, o Governo agendou uma reunião para as 18 horas de amanhã. ‘‘Nós aceitamos e vamos ver se haverá o cumprimento dessa reunião. Se ela acontecer mesmo e se for oferecido algum acordo, os servidores se reúnem na terça-feira para decidir se a proposta será aceita’’, revelou.
O coordenador da manifestação em Santos admitiu que, caso a proposta não atenda as reivindicações da categoria, o movimento será deflagrado novamentena quarta-feira, dia seguinte à plenária.
Nos 70 dias em que o movimento nacional dos fiscais sanitários perdurou, os usuários do Porto de Santos amargaram cerca de meio bilhão em reais em prejuízos. O saldo negativo foi causado, principalmente, pelos desvios de navios para outros portos e pela retenção das mercadorias importadas no complexo, já que os servidores não executavam a totalidade das inspeções sanitárias a bordo (necessárias para permitir a atracação das embarcações) e não liberavam a retirada das cargas dos terminais, respectivamente.
Segundo Wellington Rodrigues, a suspensão do movimento por dez dias foi suficiente para atender 90% dos serviços que estavam atrasados no posto local. A tarefa foi possível graças à participação da força-tarefa do Ministério da Agricultura — cerca de 20 fiscais que vieram de outras unidades para acelerar o trabalho no cais. Esses servidores, porém, retornaram para seus postos, no final de semana passado. O trabalho, então, voltou a ser feito exclusivamente pelos 22 funcionários da Anvisa em Santos.
Fonte:
A Tribuna
15/5/2006 |
|